Apesar de habitarem todos os continentes, menos a Antártica e serem os únicos mamíferos com o poder de voar, os morcegos dificilmente são escolhidos como símbolos para proteção (espécie bandeira ou flagship species, em inglês),
Ao contrário, nem sempre são bem-vistos no imaginário popular, pois muitas vezes são relacionados à transmissão de doenças, como raiva. No cinema, morcegos comumente são associados a figuras diferenciadas, como vampiros.
Mas nem todo morcego é sanguinário (hematófogo), ou seja, que se alimenta de sangue. No Brasil, por exemplo, onde há mais de 180 espécies de morcegos, apenas trêsdelas são hematófogas. A maioria dos morcegos é insetívora. Alguns alimentam-se de frutas (frugívoros), outros de néctar (nectarívoros) ou de peixes (piscívoros), devendo ser mencionada a existência também daqueles que se alimentam de pequenos vertebrados (carnívoros). Assim, os morcegos têm uma dieta variada.
E ao invés de vilões ou agressores, os morcegos podem estar sendo vítimas do Antropoceno. Segundo estudo da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), 15% das espécies de morcegos estão ameaçadas, sendo consideradas em perigo ou em vulnerabilidade.
Por Antropoceno, entende-se a denominação de nova época geológica, com intensas alterações no Planeta provocadas pelo ser humano, que atinge a condição de força ambiental dominante, ultrapassando as forças da própria natureza. O início dessa nova época seria por volta de 1800. Embora ainda sob discussão entre os geólogos, o conceito vem sendo referido com frequência a partir de 2000, em decorrência de sua menção pelos cientistas Paul Crutzen e Eugene Stoermer.
Globalmente, as maiores ameaças para os morcegos, identificadas pela IUCN, são as mudanças no uso das terras (desmatamento, plantações não madeireiras, fazendas de gado, incêndios), urbanização, caça e ingresso de humanos em seus habitats. Também pelo apelo comestível de sua carne e para usos medicinais. O declínio da população de morcegos e as ameaças identificadas sugerem que terão um futuro não promissor.
O que é uma pena e um prejuízo ao equilíbrio ecológico, pois contribuem na recuperação de áreas desmatadas, por efetuarem a polinização das flores e a dispersão de sementes de diversas plantas, sobretudo os fitófagos (frugívoros e nectarívoros). Além disso, auxiliam a agricultura, por prestarem o serviço de controle de populações de insetos noturnos. Estima-se que um morcego possa comer até 3.000 insetos por noite.
Há muitas outras curiosidades sobre os morcegos, ligadas à sua longevidade, sua baixa taxa de reprodução, alto metabolismo e a seus hábitos noturnos, pouco conhecidos.
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Crédito da capa: Freepik. Disponível em:<a href=’https://br.freepik.com/vetores/fundo’>Fundo vetor criado por freepik – br.freepik.com</a>. Acesso em: 18 fev. 2021
REFERÊNCIAS:
O QUE É uma espécie bandeira. Portal O Eco, 8 abr. 2014. Disponível em:<>. Acesso em: 18 fev. 2021. Disponível em:<https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28190-o-que- e-uma-especie-bandeira/>. Acesso em 18 fev. 2021