Eco Kids e Eco Teens envolvem mais de 34 mil estudantes em uma década

Do site do MPBA, por George Brito.

Há exatos dez anos, estudantes do Colégio São Jorge dos Ilhéus folheavam, com curiosidade e orgulho, as páginas de um jornal produzido por eles mesmos (foto ao lado). O Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta data, dia 5, era um dos temas do impresso, assim como a situação do Rio Cachoeira e seus problemas. Era a primeira edição do Eco Kids, um produto idealizado pelo Ministério Público estadual e produzido por alunos com auxílio dos professores, como forma pedagógica de conscientizar e educar crianças sobre questões ambientais. 

 

O projeto foi tomando corpo, estendeu-se em 2012 para adolescentes, na modalidade Eco Teens. Estabeleceu parcerias que reforçaram a ideia. Em 2014, passou a fazer parte do planejamento estratégico do MP. Após uma década de existência, já envolveu mais de 34 mil estudantes em 102 edições, produzidas em 113 escolas. Coordenada pela promotora de Justiça Karina Cherubini, a iniciativa já foi premiada pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), em 2016, como melhor projeto na área de Direitos Fundamentais, concorrendo com outros 782 projetos. Em 2017, o Eco Kids e Eco Teens ganhou uma edição especial. Em uma ação totalmente inclusiva, o jornal foi produzido por alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) em Itanhém.

Um dos primeiros promotores a aderir ao projeto foi o promotor de Justiça Fábio Corrêa, que implantou o Eco Kids e Eco Teens nos municípios de Itanhém (o segundo na Bahia a executar o projeto), em 2014, e em Teixeira de Freitas, em 2015, no extremo sul da Bahia. “Aqui na região são milhares de crianças que passaram pelo processo. Cada vez mais sentimos uma evolução por aqueles que fazem o jornal. A experiência das edições anteriores sempre provoca uma necessidade das outras escolas em mostrar um trabalho melhor. O lançamento da edição é sempre muito especial, com participação maciça da escola, dos pais, dos gestores municipais. Há um envolvimento muito grande. A escola se sente valorizada. Percebo que o jornal causa uma verdadeira transformação na escola: ações de paisagismo, horta, cuidado com o seu entorno”, afirmou. O promotor exemplificou como o projeto estimulou ações concretas de valorização do meio ambiente. Ele contou que, na cidade de Itanhém, as crianças fizeram plantio nas margens do rio e que o jornal, naquele município, chegou a ser produzido em uma aldeia indígena. 

A promotora Suzana Monteiro aderiu ao projeto em 2015, em Alagoinhas. Também foi uma das primeiras a executar o Eco Kids e o Eco Teens. Hoje, será lançada a quinta edição do jornal Eco Kids no município. Por lá, o projeto já chegou  inclusive à zona rural. “A cada edição, o projeto nos surpreende positivamente, pois os alunos sempre demonstram muito engajamento e aprendizado. Há relatos de mudança de postura de alunos em escolas, com relação à conscientização no trato com o lixo e com o meio ambiente em geral. Houve casos também, emblemáticos, de adolescentes que não queriam frequentar a escola e mudaram totalmente de comportamento após a execução do projeto. Há sempre muitos ganhos, muito aprendizado e emoção nos lançamentos dos jornais, que ocorrem sempre na sede da escola participante”, disse. 

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