Nem tudo é somente folia no Carnaval. Os festejos podem impactar o meio ambiente muito além dos rastros de confetes e serpentinas. Preocupados com esses impactos, blocos e instituições encontram soluções para os problemas ambientais mais comuns nesse período.
O bloco Vagalume o Verde, do Rio de Janeiro, preocupou-se em 2017 com o vilão do Carnaval, o lixo. Providenciou uma equipe de reciclagem para acompanhar exclusivamente o bloco, coletando o lixo do caminho, e fazendo a triagem. Comprometeu-se também ao plantio de mudas nativas da Mata Atlântica, para neutralizar suas emissões de CO2. O bloco destaca a sustentabilidade e reaproveita materiais para criar seus estandartes e fantasias (KILAS, 2017).
Hugo José Camarate, fundador do bloco, conta que procurou a implementação da Norma ISO 20121 como norma internacional de gestão de eventos sustentáveis. Utiliza a agremiação para trazer uma educação diferenciada, com os elementos de educação ambiental (ZAIA, 2017).
Outro bloco que apresentou novidade sustentável foi o Spanta Neném, também do Rio de Janeiro. O bloco aboliu os copos de plástico nos dias de folia da edição de 2016 e selou uma parceria com a empresa Capim-Selo Verde para a fabricação de copos ecologicamente corretos, que são 25 vezes menos impactantes que os descartáveis. O folião pagava por um copo reutilizável, que poderia devolver ao final do Carnaval, recebendo o valor pago de volta. Com isto, aproximadamente 30 mil copos de plástico descartáveis deixaram de ser consumidos.
Já o Ministério Público da Bahia acompanha a colocação de banheiros químicos em Salvador, para que não causem impacto visual à paisagem e ao patrimônio cultural e observem o devido descarte de seus resíduos (MIRANDA, 2018). Igualmente, verifica as centrais de coleta de resíduos, onde trabalharão catadores cooperados e avulsos, recebendo o material reciclável durante a festa, com pagamento de R$ 2,70 por quilo de resíduo coletado. Em termo de compromisso, o Estado da Bahia e a Prefeitura Municipal de Salvador comprometeram-se ao fornecimento de quatro caminhões de apoio aos catadores, disponibilização de 18 banheiros químicos para as centrais, utilização dos colégios estaduais para realização das refeições e acolhimento dos filhos dos catadores nos centros de convivência (BRITO, 2018).
Referências:
KILAS, Jan. Bloco Vagalume o Verde rima preservação ambiental com folia. Rio de Janeiro, 28 fev. 2017. Disponível em:<https://oglobo.globo.com/rio/bloco-vagalume-verde-rima-preservacao-ambiental-com-folia-20990755#ixzz56Ze72hEw > Acesso em 08 fev. 2018.
ZAIA, Sophia. Bloco de Carnaval ‘Vagalume, O Verde” Expande Legado Sustentável do Horte, 05 ago. 2018. Disponível em:< https://racismoambiental.net.br/2017/10/05/bloco-de-carnaval-vagalume-o-verde-expande-legado-sustentavel-do-horto/>. Acesso em 08 fev. 2018.
http://www.europa.com.br/quem-disse-que-consciencia-ambiental-nao-combina-com-carnaval/. Acesso em 08 fev. 2018
BRITO, George. Carnaval 2018 – MPE e MPT fiscalizam centrais de coleta seletiva de resíduos. Portal do Ministério Público da Bahia, 08 fev. 2018. Disponível em: <http://www.mpba.mp.br/noticia/41287>. Acesso em 08 fev. 2018.
MIRANDA, Milena. Carnaval 2018 – MP recomenda realocação de sanitários públicos na área entre o Farol e o Forte da Barra. Disponível em: <http://www.mpba.mp.br/noticia/41286>. Acesso em 08 fev. 2018.
Imagem da capa: extraída de http://www.europa.com.br/quem-disse-que-consciencia-ambiental-nao-combina-com-carnaval/. Acesso em 08 fev. 2018