As charges e caricaturas auxiliam a sintetizar a informação, proceder a uma leitura crítica dos fatos, com um toque de humor. Por isto, a imprensa moderna, inclusive o jornalismo ambiental, utilizam tais ferramentas para associar visualização e humor.
A caricatura é a representação da figura humana ou animal com características humorísticas, cômicas ou grotescas (FELDENS, 2007). Busca a finalidade humorística mediante a deformação da imagem de uma pessoa (SCRIBONI, BEZERRA, 2012), com elementos exagerados nos traços e nas proporções
A charge também atrai o leitor pelo humor. A imagem pode ter deformação ou não, já que esse não é seu objetivo (SCRIBONI, BEZERRA, 2012). Sua marca é seu caráter temporal, pois trata do fato do dia, ligado a um acontecimento, situação ou pessoa, em geral de caráter político ou de conhecimento público (FELDENS, 2007). É uma crítica ao acontecimento (SCRIBONI, BEZERRA, 2012). Por isto, o autor da charge deve estar atento aos fatos do país e do mundo. De outro lado, se o leitor não tiver conhecimento prévio do assunto, pode não efetuar a contextualização com a realidade e, desse modo, deixar de compreender a mensagem.
Tanto a caricatura como a charge permitem “um jornalismo ilustrativo” (FELDENS, 2007), a leitura da imagem associada à palavra e podem contribuir para a democratização da informação ambiental. Todavia, seu emprego exige certo cuidado, mesmo que usadas como ferramentas auxiliares da educação ambiental. A caricatura precisa da permissão da pessoa que foi caricaturada, por envolver o direito de imagem (SCRIBONI, BEZERRA, 2012). Em relação às charges publicadas na imprensa, são entendidas como texto opinativo (VIDAL, VERAS, 2013) e estão cobertas pela liberdade de expressão, ainda que o humor seja de má qualidade ou feito por meio de piadas mal colocadas (SCRIBONI, BEZERRA, 2012).
A Escola Municipal João Figueiredo, em Barra do Choça, apostou no uso de charges para a produção do Jornal Eco Teens, no ano de 2015. A seguir, dois trabalhos exibidos durante o lançamento da edição. A edição teve como tema discutir as vantagens e desvantagens da cultura de eucalipto. A substituição da mata nativa, por corte, foi elemento presente nos desenhos dos alunos.
“Um empurrãozinho da natureza ao desenvolvimento”.
“A vergonha da Mata pela sua nudez em clareiras”.
Referências:
FELDENS, Tatiana Cristina. Estudo sobre as Charges: o ambiente retratado pelo desenho na imprensa gaúcha. Monografia de Conclusão de curso, Faculdade de Comunicação Social, Pontifícia Universidade Católica do Rio grande do Sul, 2007, 163 p. Disponível em:<http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/graduacao/article/view/3473>. Acesso em 16 maio 2017.
VIDAL, Leonardo Poglia. VERAS, Eduardo Ferreira. O humor na leitura da charge: a dengue nas “Charges que marcaram época” D´o Pasquim 21.
SCRIBONI, Marília. BEZERRA, Elton. Animus Jocandi. “Caricatura depende de autorização do caricaturado”. Consultor Jurídico, 9 set. 2012. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2012-set-09/entrevista-marco-antonio-anjos-especialista-direito-humor>. Acesso em 16 maio 2017.